
pensando tratar-se de mero divertimento infantil perdeu um grande filme, delicado e emocionante. Vale a pena assistir em vídeo. Recomendo-o também para quem já assistiu, pois, revendo-o, emocionei-me de virem lágrimas aos olhos.
É a história de Remy, um ratinho de olfato e paladar apurados que se apaixona pela culinária. Para os humanos ele é um rato nojento. Para sua família de roedores é esquisito. Vive na zona rural de Paris e frequenta a casa de uma velha senhora. Ela costuma adormecer com a tevê ligada no programa do chefe August Gusteau, cujo lema “qualquer um pode cozinhar” incentiva Remy a experimentar com sabores e odores.
Um dia o acaso o faz desgarrar-se de sua família e, levado pelo esgoto, chegar a Paris, conhecer o restaurante de Gusteau e, vocês verão como, entrar para o mundo da culinária. Gusteau morreu e o restaurante está a cargo de seu antigo subchefe, agora chefe Skinner. Prepare-se para seguidas emoções, a começar pela primeira visão que o ratinho caipira tem da Cidade Luz, à noite, linda. Sendo um produto do grande cinema americano, é obvio que a história acaba bem, então, sem susto de estragar um possível mistério, posso contar que a seqüência em que os dotes culinários do mini-chefe são definitivamente reconhecidos é de se acabar em lágrimas.
Na pele do animal conta-se uma história profundamente humana de alguém que partindo de origem humilíssima ― afinal, ele é um rato ― se realiza por méritos que vão além de seus dotes culinários. Remy e o aprendiz de cozinheiro Linguine protagonizam uma luta da Pureza contra a Ganância.
QUER MAIS?
OSCAR 2008 de melhor longa metragem de animação.
DIA IDEAL PARA ASSISTIR
Quando seu espírito ansiar por leveza, quando você não estiver a fim de enfrentar cenas chocantes ou acompanhar tramas intrincadas.
POR QUE GOSTEI?
Porque o filme alia beleza, simplicidade e emoção. E não tenho preconceito contra filmes infantis ou desenhos animados, tudo que é bom me diverte.
SERVIÇO
Para Acompanhar
O filme é ambientado em sofisticado restaurante francês onde se toma vinho tinto e se brinda com Champanhe. Sugiro aos adultos trocar a pipoca e o refrigerante por queijo e vinho, para que o olfato e paladar contribuam para o envolvimento na fantasia. Eu adoro beber o mesmo que os personagens, sinto-me íntimo, confraternizando com eles.
Pausa
Para interromper o filme aproximadamente na metade você pode fazê-lo após o “gancho” quando o chefe Skinner vê o ratinho através da transparência do chapéu do Linguine (00:51:35).
Quer aprender...
a fazer um Ratatouille legítimo, não precisa ir a França, mas é bom saber um pouco de francês: http://www.dailymotion.com/tag/cotta/video/xa9qex_la-ratatouille-par-michele-cotta_lifestyle
Mais Informações
Título original: Ratatouille. Produção: 2007. Classificação: Livre. Para ver a ficha técnica completa etc acesse o portal oficial da Disney: http://www.disney.com.br/VideoDVD/index_flash.html?interna=ratatouille.swf
Título original: Ratatouille. Produção: 2007. Classificação: Livre. Para ver a ficha técnica completa etc acesse o portal oficial da Disney: http://www.disney.com.br/VideoDVD/index_flash.html?interna=ratatouille.swf
EM DESTAQUE
Mensagem
Ninguém deve deixar que sua origem defina seus limites, nosso único limite está na alma.
A origem de Remy é mais que humilde, mas sua alma é nobre. Logo de início no filme, há uma cena do ratinho vendo Gusteau na tevê destacar a importância da coragem: “as coisas até podem dar errado, mas não devem deixar ninguém definir seus limites a partir de sua origem, o único limite é sua alma, o que eu digo é verdade, qualquer um pode cozinhar, mas só os que têm coragem sempre se destacam.” Em resposta, o ratinho suspira: “Ah! Pura poesia.” A coragem a que o chefe se refere não se limita a simples bravura, é a coragem de ser virtuoso. Quando, arriscando tudo, Linguine revela que o ratinho é o verdadeiro chefe cujas criações encantam a todos, ele está se rendendo à Virtude ― à verdade, à fidelidade ao amigo, à gratidão e à humildade de reconhecer que não era o gênio da cozinha que todos acreditavam.
A origem de Remy é mais que humilde, mas sua alma é nobre. Logo de início no filme, há uma cena do ratinho vendo Gusteau na tevê destacar a importância da coragem: “as coisas até podem dar errado, mas não devem deixar ninguém definir seus limites a partir de sua origem, o único limite é sua alma, o que eu digo é verdade, qualquer um pode cozinhar, mas só os que têm coragem sempre se destacam.” Em resposta, o ratinho suspira: “Ah! Pura poesia.” A coragem a que o chefe se refere não se limita a simples bravura, é a coragem de ser virtuoso. Quando, arriscando tudo, Linguine revela que o ratinho é o verdadeiro chefe cujas criações encantam a todos, ele está se rendendo à Virtude ― à verdade, à fidelidade ao amigo, à gratidão e à humildade de reconhecer que não era o gênio da cozinha que todos acreditavam.
Metáfora
O dilema de Remy, dividido entre aceitar a vida de rato ou aderir aos humanos para expressar seus talentos de forma digna pode ser visto como uma metáfora do drama de jovens talentosos que crescem em comunidades desfavorecidas divididos entre buscar um lugar na sociedade suportando agruras, preconceitos e desilusões ou ficar com “os seus”, aqueles que, no seu entorno, levam a “vida fácil” do crime.
Detalhes
Anton Ego ― Ego, raiz de egocêntrico, que só pensa em si, que se acha o máximo ― é um crítico de gastronomia de aspecto fúnebre capaz de sepultar reputações com um único artigo. Foi uma crítica arrasadora sua que fez o restaurante de Gusteau perder uma das cinco estrelas, um duro golpe para o chefe que, deprimido, morreu pouco tempo depois. O detalhe para o qual chamo a atenção acontece mais para o final do filme (1:06:23), quando o restaurante volta a fazer sucesso e um assistente do crítico vem lhe dar a notícia. A cena dura apenas três segundos: visto de cima, o escritório de Anton revela-se um perfeito caixão de defunto. Você, que já viu o filme, reparou?
Mais à frente (1:14:54), o chefe Skinner está perseguindo Remy, que foge carregando uns papeis importantes na boca. O ratinho pula para um barco e para outro no rio Sena. Skinner no seu encalço. Finalmente o ratinho salta para um terceiro barco mais distante, que alcança graças a uma providencial lufada de vento. Skinner pula atrás... No outro barco um casal toma café próximo à balaustrada, uma toalha branca cobre a mesa. Skinner aparece em pleno ar atrás do casal, mas despenca na água rente ao barco. O detalhe que dura apenas uma fração de segundo: na queda, ele consegue agarrar a toalha, que é arrancada com tal rapidez que as louças do café mal se movem. O casal nada percebe. E você que já viu o filme, notou o sumiço da toalha?
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Um comentário:
Flávio,ameeiii esse filme!!!
O Remy é um fofo de ratinho,além de ter a sensibilidade a mil!!!! Realmente,a emoção flui ao nos deixarmos levar pela estória de superação do personagem.
Todas as pessoas sensíveis têm um Remy, guardado, em um lugar especial no coração!
Bjs,
Terê
PS: não consegui entrar como seguidora de seu blog.Tenta colocar,novamente,esse item nas configurações,tá?
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